Vítor Ferreira
Diretor Executivo da D. Dinis, Business School
Sun Tzu terá sido um general chinês, estratega militar, escritor e filósofo que viveu no período oriental de Zhou da antiga China.
Sun Tzu é tradicionalmente creditado como autor da “Arte da Guerra”, um trabalho de estratégia militar de grande influência que afetou a filosofia e o pensamento militar, primeiro no Oriente e depois, séculos mais tarde, no Ocidente. Alguns antigos historiadores tradicionais chineses situam-no como ministro do rei Helü de Wu e datam a sua vida no período de 544-496 a.c. Outros autores associam o seu nome a Sun Bin, outro general (e potencialmente seu descendente), que também escreveu um tratado sobre táticas militares.
É de realçar que alguns académicos duvidam mesmo da sua existência histórica (acreditando que a “Arte da Guerra” será uma espécie de compêndio gerado por várias pessoas). Tenha sido ele um general ou “vários”, a verdade é que o pensamento de Sun Tzu marcou de forma indelével a moderna Estratégia. Neste sentido, existem na sua obra algumas lições fundamentais para o gestor moderno. Por exemplo, Sun Tzu afirma que devemos escolher as nossas batalhas. Nos negócios, devemos saber o que podemos alcançar e em que áreas seremos mais bem-sucedidos para aproveitar ao máximo o tempo e os recursos disponíveis (Foco).
Sun Tzu recomenda que os comandantes militares evitem espalhar demasiado as suas forças, pois isso resulta num exército mais fraco por toda a parte. Da mesma forma, na sua empresa, se espalhar os seus recursos por diversos negócios onde não é tão competitivo, colocará em risco todas as suas atividades. Mas provavelmente a frase mais emblemática é: “Dizem que aquele que conhece os seus inimigos e se conhece a si próprio, não estará em perigo numa centena de batalhas, se conhece os seus inimigos, mas não se conhece, ganhará uma batalha e perderá outra, se não conhece os seus inimigos nem a si próprio, estará em perigo em cada batalha”.
Traduzindo de forma sintética, qualquer estratega para definir o caminho para o seu objetivo tem de conhecer os seus recursos (máquinas, pessoas e suas capacidades e motivação, recursos financeiros, marcas, reputação, sistemas, etc.), o campo de batalha (contexto económico social, politico, económico, fornecedores, etc.) e os seus inimigos (pontos fortes e fracos dos seus concorrentes). Sem informação sobre esta realidade, qualquer gestor arriscar-se-á a destruir a sua empresa. Estas e outras lições com mais de 2500 anos são, paradoxalmente, essenciais para a moderna gestão.
Crónica publicada no Jornal de Leiria