Elon Musk nascido na África-Sul, mas cidadão dos EUA, vendeu, em 1999, a sua empresa Zip2 à Compaq, por $307 milhões, tornando-se milionário aos 28 anos. Este poderia ser o final de uma história de sucesso, mas, na verdade, ele manteve o seu espírito empreendedor, dedicando-se a projetos com potencial para mudar o mundo. Foi cofundador da X.com, um sistema de pagamentosonline, que viria a transformar-se no famoso Paypal. Esta empresa foi vendida em 2002 à Ebay por $1,5 mil milhões. Fundou igualmente a Space X, uma empesa de transportes espaciais, que se tornaria em 2012 a primeira empresa privada a lançar um veículo a acoplar na estação espacial internacional (garantindo um contrato com a NASA). Fundou ainda a Tesla, que produz carros elétricos, sendo conhecida pelo seu modelo inicial (o desportivo Roadster).
Hoje, a Tesla comercializa o modelo S, destinado a um público mais abrangente e vende ainda sistemas de propulsão a outras empresas, como a Mercedes e a Toyota. Revolucionária é a implantação na Califórnia de uma rede de estações de carregamento rápido das baterias destes veículos, de forma gratuita para os seus utilizadores, funcionando essencialmente com painéis solares que geram excedentes de energia para a rede (Elon é igualmente fundador da empresa SolarCity, maior fornecedor dos EUA de painéis solares). Ora, este último modelo de pensamento mostra-nos que Elon Musk é muito mais que um génio de engenharia. É alguém que pretende criar modelos de negócio com potencial para revolucionar o mercado, baseados em inovações radicais, que perturbam modelos de negócio tão maduros como a produção automóvel ou tão fechados como os voos espaciais. No dia 12 de Agosto, Elan Musk divulgou os seus planos para um sistema de transporte chamado “Hyperloop”, que conectaria as cidades de São Francisco e Los Angeles, a uma velocidade perto de 1500 km/h (em 35 minutos). O que é revolucionário neste anúncio não é o conhecimento técnico (já debatido há largas décadas), mas o afinar do modelo de negócio. Os autores do projeto calcularam um custo de 2 mil milhões de dólares para o mesmo, que seria amortizado em menos de 20 anos, com um custo de 20 dólares por viagem. Os tubos de vácuo onde se deslocariam as cápsulas de transporte (que diferem de um comboio) seriam ainda cobertos por painéis solares, gerando toda a energia necessária e ainda um excedente, que poderia ser usado para as famosas estações da Tesla (esta parte não foi explicitada, mas torna-se óbvia).
O que é curioso é que Elon faz este anúncio quando o Estado da Califórnia se prepara para construir um dos mais caros e lentos sistemas de comboios rápidos do mundo (por 65 mil milhões de dólares).
O que pensarão agora os contribuintes californianos sobre esta opção? No fundo, esta é virtude dos empreendedores visionários, transformar o mundo e a nossa visão com ele.